sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Lugar nenhum


Assim! Como se embrulhado nos pequenos pingentes em forma de lágrima que por força da gravidade se estilhaçam no solo e em lugar nenhum, e esse lugar algum é a concha hermética onde o recolher se torna imperioso.
[Ou o pequeníssimo riacho que se forma a partir de umas quantas gotículas transparentes, cacos precariamente reunidos a desaparecerem solo adentro, violando-o]

Sobra a névoa baixa e opacidada de lugar nenhum, o vislumbre ténue e fugaz da figura liquefeita – primorosamente trabalhada por mãos de artesão apaixonado -, amanhã corpo de promessas, ontem apenas sonho e desejo adiado.
Perduram [se/me] as memórias nas duas pequenas lágrimas cristalinas dependuradas nos [teus] olhos, e na boca desenhada em contraluz – imagem capturada em lugar nenhum -