terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

De Afonso Henriques aos Descobrimentos. (A importância do oculto na epopeia marítima portuguesa)


Segundo a Bíblia, a Arca foi feita para guardar as tábuas de pedra nas quais Deus escreveu os Dez Mandamentos, e acreditava-se que possuía poderes sobrenaturais. A Bíblia descreve-a como algo que “irradia” fogo e a luz produzida gerava tumores e graves queimaduras nos inimigos de Israel; transformava montanhas em planícies; detinha rios e devastava cidades. Parece ser o equivalente bíblico da actual bomba atómica.



Sabemos que foi em Portugal que os Templários guardaram os seus bens mais preciosos, especialmente os mapas que lhes serviram para irem à América do Sul, o que explica as viagens que fez a Tomar o grande almirante de Isabel de Castela,Crisóvão Colombo, antes de empreender sua aventura americana. Foi ai que teve acesso aos mais secretos documentos da Ordem Templária.
Seria interessante situarmos a descoberta da América como uma feliz operação já sonhada pelos Adeptos.
Louis Charpentier emitiu a hipótese de a Ordem do Templo explorar secretamente as minas de ouro e prata americanas. Os conquistadores que antecederam Colombo abarrotaram com estes metais preciosos o fundo dos seus navios, trazendo aos reis católicos uma imensa fortuna.
Colombo foi autorizado pelos reis de Espanha a usar "Dom", antes do seu nome, e foi promovido a grande almirante, título até então somente reservado aos príncipes de "sangue real". Também o título de vice-rei das terras que descobrisse lhe foi concedido. Depois de tantos séculos, ainda mal compreendemos as profundas causas que levaram os reis católicos a elevar a uma tão alta dignidade um marinheiro totalmente desconhecido. Parece que o grande almirante conquistou o seu título por intervenção de algum "protector desconhecido". Uma auréola de mistério rodeia ainda hoje a figura de Colombo, tornando-o numa personagem em quem muitos vêm um iniciado da não muito conhecida, Ordem dos Cristóforos.



“Uma nação não é apenas um produto da História. Um grupo de homens, unidos pela tradição comum, estabelecida, mantida e reforçada durante um longo passado de convivência, pela igualdança do falar, pela expressão dominante que entre eles tomam ideias e afectos, vive, ligado embora por esses laços morais, sobre um pedaço de solo. A configuração e a natureza do território, o ritmo consabido do clima, a vegetação que reveste as planuras e as serras, as culturas que, no decurso do ano, fazem mudar, segundo uma rotina consagrada, a fisionomia dos lugares, o modo como a população se junta ou se dispersa, se adensa ou rarefaz, as maneiras de viver, a animação dos caminhos e dos sítios de convívio constituem, para um país, larga parte da sua expressão nacional. A terra de um povo já não é um simples dado da natureza, mas uma porção de espaço afeiçoado pelas gerações, onde se imprimiram, no decurso do tempo, os cunhos das mais variadas influências. Uma combinação, original e fecunda, de dois elementos: território e civilizações.” Orlando Ribeiro, 1987

Industrialização de Portugal – primórdios

Com o reinado de D. José, é ministro do Reino Sebastião José de Carvalho e Mello, que viria a ser Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, durante a sua governação tenta dotar o país de capacidade industrial e de uma burguesia fortes, que desse novo ânimo à economia nacional; o país tenta acompanhar o advento da Revolução Industrial, e é com ele que se dão reformas profundas na economia e na educação e se assiste a um forte fomento da indústria. A vila de Tomar e o rio Nabão constituíam terrenos propícios para a instalação das - então - modernas fábricas hidráulicas.

Por essa altura existia em Tomar uma quantidade significativa de instalações fabris; uma dessas fábricas pertencia a Gabriel de La Croix , sendo a outra em Lisboa, mas em 1672 um grande incêndio destruiu a unidade industrial de Tomar, tendo as Fábricas de Caixas de La Croix , fixado-se exclusivamente em Lisboa; no mesmo período outro industrial, Noel Le Maitre , de origem francesa, viera estabelecer-se em Tomar afim de construir aqui uma fábrica de tecidos, e a 15 de Novembro de 1771 é enviado ao Ministro de Reino o parecer da Real Fábrica das Sedas sobre o requerimento para se instalar uma nova fábrica em Tomar.

Tomar foi uma das primeiras, se não mesmo a primeira cidade industrializada do país; desde há muito que se contam inúmeras manufacturas de cariz medieval, e é com a Ordem dos Templários, posteriormente Ordem de Cristo, que os descobrimentos adquirem grande importância. O próprio Infante D. Henrique vem para Tomar dirigir a Ordem de Cristo e preparar a senda dos descobrimentos portugueses; a igreja templária de Santa Maria dos Olivais foi a matriz de todas as igrejas do império colonial português.



De Afonso Henriques aos Templários

Afonso Henriques fez história porque tinha um Mito e um objectivo bem definidos, prometeu a São Bernardo de Claraval que se conquistasse Santarém aos mouros, mandaria construir um mosteiro para a Ordem de Cister em Portugal, o que efectivamente cumpriu.
Os Cistercienses fixaram-se em Alcobaça e tiveram um papel muito importante na história do nosso país, tanto a nível material como espiritual.
Os Frades de Cister não eram passivos e contemplativos; eram monges de acção que operaram uma enorme transformação nas mentalidades, ensinaram novas técnicas na agricultura, arquitectura, ciências,para além de transmitirem uma mística poderosa.
É essa mística inspirada por São Bernardo, que está directa ou indirectamente, por detrás do grandioso projecto marítimo luso.
São Bernardo, redigiu o regulamento da Ordem do Templo, e aumentou em Portugal o apoio aos Templários. Estes, como Ordem monástico – militar de cariz esotérico, lutaram ao lado de Afonso Henriques, deixando marcas impressionantes na história secreta de Portugal, que não teria sido o que foi, sem a presença Templária.
Como sabemos os Templários foram protegidos por D. Dinis, que, para evitar um conflito directo com o Papa, mudou o nome de Ordem do Templo, para Ordem de Cristo. Temporariamente viram-se obrigados a deixar Tomar e foram para Castro Marim de onde regressaram à casa-mãe ainda no século XIV. A partir daí começa a preparação científica e missionária dos descobrimentos.
A epopeia marítima Portuguesa teve um cariz diferente do dos outros povos europeus,porquanto os capitães portugueses eram gente de elite altamente preparada a nível científico e militar e com uma enorme força moral e espiritual.
Tomemos como termo de comparação os nossos vizinhos espanhóis, que ao mandarem o aventureiro Pizarro para a América, em lugar de almirantes bem preparados, originou o massacre dos Incas, a exemplo do que fez Cortez com os Aztecas no México.

Nota de fim de texto:

Paulo Alexandre Loução finaliza com este livro uma tetralogia que inclui O Espírito dos Descobrimentos Portugueses, Os Templários na Formação de Portugal e Portugal – Terra de Mistérios. Prosseguindo na sua demanda pela desocultação do profundo substrato esotérico latente na cultura portuguesa, divulga nesta obra uma série de ritos e símbolos ainda hoje vivos em tradições e festividades cíclicas – presenciadas pelo autor – de inestimável valor antropológico.
O texto, complementado com imagens, permite ao leitor viajar por esse mundo secreto de vivência mítica e espiritual.
Por outro lado, reconhecendo a necessidade de uma anamnésis (reminiscência) das raízes espirituais e do imaginário lusitano face ao efeito redutor da chamada globalização, Paulo Loução convidou uma série de investigadores consagrados a exporem as suas ideias nesta obra, sob a forma de entrevista, visando incentivar o debate e a reflexão sobre a cultura portuguesa no âmbito da reabilitação científica do esoterismo e da premência em revitalizar o Portugal Imaginal. Um livro que recomendo a quem se interessa por esta temática.